Não perca as oportunidades

Há um provérbio chinês muito apropriado que diz:
Existem três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
Então pense antes de agir, pense antes de falar, mas não demore a pensar o que deve fazer quando uma oportunidade aparecer em sua vida!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Harmatiologia - Doutrina do Pecado - resumo

A NATUREZA DO PECADO

Por mais importante que seja, a doutrina do pecado não é um tópico fácil de discutir. Assim como a morte o pecado não é um assunto agradável ou divertido, ele nos deprime. E também se trata de um conceito estranho para muitos. Os problemas da sociedade são atribuídos a um ambiente pernicioso e não a homens pecadores. Ocorre uma perca do sentimento de culpa. Isso se deve em parte pela influencia do freudismo, a culpa é entendida como um sentimento irracional que a pessoa não deve alimentar.
Muitas pessoas são incapazes de compreender o conceito de pecado. As pessoas hoje pensam mais em pecados, ou seja, atos errados isolados. Os pecados são algo externo e concreto; são logicamente separados da pessoa. Baseando-se nisso pessoas que não fizeram nada de errado, geralmente entendidos como atos externos, consideram-se boas; não se pensa em pecado.
A bíblia apresenta uma series de perspectivas quanto a natureza do pecado.
1a. Pecado é uma inclinação interior, é uma disposição interior inerente que nos inclina para atos errados. Não é simplesmente que somos pecadores porque pecamos, pecamos porque somos pecadores. Uma definição para pecado seria: “pecado é qualquer falha de conformidade, ativa ou passiva, com a lei moral de Deus. Isso pode ser uma questão de ato, de pensamento ou de disposição ou estado interior”. Pecado é a incapacidade de viver de acordo com o que Deus espera de nós no que diz respeito ao que fazemos, pensamos e somos.
2a. Pecado é rebelião e desobediência. A incapacidade de crer na mensagem, particularmente quando ela é apresentada de forma expressa e exclusiva, é desobediência ou rebelião contra Deus. Adão e Eva rejeitaram a prerrogativa de Deus que seria a de lhes dizer o que era certo e o que era errado. Eles se rebelaram contra a autoridade de Deus, e assim lhe desobedeceram.
3a. Pecado implica incapacidade espiritual, ele altera nossa condição interior, nosso caráter. A imagem de Deus segundo a qual fomos criados fica prejudicada. Somente por meio de uma renovação da mente, promovida por Deus, os indivíduos podem ser restaurados a uma condição espiritual não distorcida, saudável.
4a. Pecado é o cumprimento incompleto dos padrões de Deus. Um elemento comum que perpassa todas as caracterizações bíblicas do pecado é a idéia de que o pecador falhou no cumprimento da lei de Deus. Jesus condena os bons atos praticados com o desejo básico de obter a aprovação dos outros e não de agradar a Deus.
5a. Pecado é desalojar Deus, colocar outra coisa no lugar supremo que pertence a Deus é pecado. Preferir qualquer objeto finito acima de Deus é errado, por mais altruísta que pareça tal escolha. Essa alegação é sustentada por textos tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento. O devido reconhecimento de Deus é primário. A idolatria em qualquer forma, não o orgulho, é a essência do pecado.

A FONTE DO PECADO
Frederick Tennant sustentou que a fonte do pecado é a nossa natureza animal. Pecado é simplesmente a persistência dos instintos. Nesse caso a cura será uma questão de nos livrar completamente desses velhos instintos ou de aprender a controla-los e a dirigi-los da maneira devida.
Na concepção de Reinhold Niebuhr, a fonte do pecado é a ansiedade causada pela finitude humana, a tensão entre nossas limitações e nossas aspirações. A cura exigirá a aceitação de nossas limitações e a colocação de nossa confiança em Deus.
Paul Tillich relacionou o pecado com a alienação existencial do fundamento de todo o ser, de outros seres e de si mesmo. Para ele a cura fundamental é uma questão de mudança de atitude, não de verdadeira conversão. A solução implica tornar-se cada vez mais consciente do fato de que se é parte do ser, ou seja que se participa do fundamento do ser.
De acordo com a teologia da libertação, a fonte do pecado é a luta econômica. A solução é eliminar a opressão e as desigualdades de posses e poder, modificar a estrutura da sociedade.
Harrison Sacket Elliott via a competitividade individualista como a fonte do pecado. Uma vez que o pecado é aprendido por meio da educação e do condicionamento social, deve ser eliminado pela mesma via. O antídoto é uma educação que destaque o empreendimento não competitivo em busca de alvos comuns.
Da perspectiva evangélica, o problema está no fato de que os homens são pecadores por natureza e vivem num mundo em que as forças poderosas os induzem a pecar. Primeiro é importante entender que o pecado não é causado por Deus. Também não há nenhum incentivo à idéia de que o pecado resulta inevitavelmente da própria estrutura da realidade. Antes, a responsabilidade pelo pecado é colocada bem diante do individuo.
Todos temos certos desejos. Esses desejos, a principio são legítimos. Em muitos casos a satisfação deles é indispensável para a sobrevivência do individuo ou da raça. Alem disso os homens são capazes de escolher entre alternativas. Só os homens, entre todas as criaturas, são capazes de transcender o lugar que ocupam no tempo e no espaço.
Todo homem tem uma serie de desejos naturais que são áreas potenciais para a tentação e o pecado, por exemplo:
O desejo de desfrutar das coisas, a comida a bebida e o desejo sexual são desejos que deus plantou no homem tanto para sua sobrevivência quanto para o seu prazer. Qualquer satisfação indevida de um desejo natural é um caso de concupiscência da carne.
O desejo de obter coisas, as posses materiais são consideradas incentivos legítimos para encorajar a diligencia. Mas quando esse desejo de adquirir bens mundanos torna-se tão intenso que é satisfeito a qualquer custo, mesmo que seja explorando ou roubando os outros, degenera-se em concupiscência dos olhos.
O desejo de fazer coisas, a realização de algo bom e próprio é o que Deus espera da humanidade, quando porem essa ânsia transpõe as devidas limitações, sendo perseguida à custa dos outros degenera-se na soberba da vida.
Há maneiras apropriadas de satisfazer cada um desses desejos e também há os limites impostos por Deus. A incapacidade de aceitar esses desejos conforme foram constituídos por Deus e de submete-los ao controle divino é pecado.
Muitas vezes a tentação envolve indução externa. Em alguns casos, um homem seduz o outro, fazendo-o ultrapassas os limites que Deus impôs ao nosso comportamento. Em ultima analise porem o pecado é a escolha da pessoa que o comete.
Para nós que vivemos após a queda e não somos Jesus há mais um fator complicador. Existe algo chamado carne, que exerce forte influencia sobre o que fazemos. O termo carne designa a vida egocêntrica, a negação ou a rejeição de Deus, uma inclinação, uma tendência, uma predisposição para o pecado e para deixar de fazer a vontade de Deus.A cura precisa vir através de uma mudança produzida sobrenaturalmente na natureza humana e também por meio da ajuda divina para fazer a frente a força da tentação. É a conversão e a regeneração individual, que modifica a pessoa, levando-a a um relacionamento com Deus, tornando possível uma vida cristã bem sucedida.
As conseqüências do pecado
Uma ênfase que percorre ambos os testamentos é a de que o pecado é um problema muito sério com conseqüências muito sérias. O impacto do pecado tem várias dimensões. Há efeitos sobre o relacionamento do pecador com Deus e com os outros homens. E o pecado também afeta o próprio pecador. Algumas das conseqüências do pecado podem ser chamadas conseqüências naturais, outras são especificamente ordenadas ou dirigidas por Deus, como penalidade pelo pecado.
O pecado produziu uma transformação imediata no relacionamento que Adão e Eva tinham com Deus. Por terem violado a confiança e o mandamento de Deus, o relacionamento ficou bem diferente. Eles se colocaram do lado oposto de Deus e tornaram-se de fato seus inimigos. Não foi Deus que mudou de atitude ou de lugar, mas sim, Adão e Eva.
O fato de Deus olhar com favor para alguns e desfavor ou ira para outros e o fato de ser às vezes descrito como alguém que ama a Israel e, em outras, como alguém que o odeia, não são indícios de mudança, incoerência ou capricho em Deus. Antes, faz parte de sua natureza santa opor-se de modo categórico a ações pecaminosas.
O Antigo Testamento descreve com freqüência os que pecam e violam a lei divina como inimigos de Deus. Mas são bem raras as vezes em que a Bíblia fala de Deus como inimigo deles. No Novo Testamento, dá-se um destaque especial á inimizade e ódio dos incrédulos e do mundo para com Deus e seu povo. Pecar é fazer-se inimigo de Deus.
Embora Deus não seja inimigo dos pecadores nem os odeie, também está bem claro que Deus fica irado com o pecado. Varias passagens ensinam que, embora no presente a ira de Deus repouse sobre o pecado e os que praticam, essa ira será convertida em ação algum tempo futuro.
Deus olha o pecado com desfavor, o pecado lhe causa ira, indignação ou desprazer. A ira não é algo que Deus resolve sentir. A desaprovação do pecado não é uma questão arbitraria, pois sua própria natureza é de santidade.
Outra conseqüência de nossos pecados que afeta nosso relacionamento com Deus é a culpa. No mundo de hoje o significado usual do termo é sentimentos de culpa ou o aspecto subjetivo da culpa.
Podemos definir pecado como algo impuro, repulsivo, odiado por Deus, simplesmente porque é oposto do bom. Sempre que a criatura destitui o Criador daquilo que é dele por direito, quebra-se o equilíbrio, pois Deus não está sendo honrado nem obedecido. Se tal erro, tal ruptura, ficasse sem correção, Deus deixaria virtualmente de ser Deus. Portanto, o pecado e o pecador merecem e até devem ser punidos.
A passibilidade de castigo divino, portanto é outra conseqüência de nosso pecado. Apesar de menos freqüente que no Antigo Testamento, a idéia de justiça retribuitiva também é encontrada no Novo Testamento. Aqui, faz-se mais referencia ao julgamento futuro que ao temporal. Embora a punição divina dos pecadores tenha, definitivamente, um caráter retribuitivo, não podemos desprezar suas outras dimensões ou funções. Existe o efeito disciplinar da punição. No Antigo Testamento existe a idéia da purificação do pecado por meio da punição.
Uma das conseqüências mais obvias do pecado é a morte. Essa morte que merecemos possui vários aspectos:
1. Morte física.
2. Morte espiritual
3. Morte eterna.
A morte física de todos os homens é tanto um fato obvio como uma verdade ensinada pelas Escrituras. Embora a morte tenha entrado no mundo por meio do pecado de Adão, espalhou-se por todos os homens porque todos pecaram.
A morte espiritual é tanto ligada à morte física como dela distinta. A morte espiritual é a separação da pessoa, em toda a sua natureza, de Deus. O pecado é uma barreira para o relacionamento entre Deus e os seres humanos. O pecado os coloca sob o julgamento e a condenação de Deus. Os homens à parte de Cristo estão mortos em transgressões e pecados. Isso significa que a sensibilidade aos assuntos espirituais e a capacidade de agir e reagir espiritualmente, de fazer boas obras, estão ausentes ou severamente prejudicadas.
A novidade de vida que agora é nossa por meio da ressurreição de Cristo e é simbolizada pelo batismo produz uma nova sensibilidade e vitalidade espiritual.
A morte eterna é, num sentido muito real, a extensão e a finalização da morte espiritual. Se alguém chega a morte física estando ainda espiritualmente morto, esta condição torna-se permanente. A morte eterna é uma separação de Deus e é diferente da morte física no que diz respeito á qualidade, além de ser infinita quanto ao caráter.
Todo aquele cujo nome não é encontrado no livro da vida será lançado no lago de fogo. Esse é o estado permanente daquilo que o pecador escolheu em vida.

Efeitos sobre o pecador
Escravização: um dos efeitos do pecado é sue poder escravizador, um pecado leva a outro pecado. Aquilo que alguns consideram liberdade para pecar é na realidade a escravidão produzida pelo pecado.
Fuga da realidade: o pecado também resulta em falte de disposição para encara a realidade. A sociedade evita pensar no duro fato de que , cedo ou tarde, todos precisam morrer. A supressão da consciência de que a morte é o salário do pecado pode estar por trás de muitas de nossos tentativas para evitar pensar nela.
Negação do pecado; acompanhando nossa negação da morte, vem a negação do pecado. A tentativa de eximir-se da responsabilidade é uma pratica comum, existe um sentimento de culpa que a pessoa deseja desesperadamente erradicar. Todas as desculpas e explicações que oferecemos para nossas ações são sinais da profundidade de nosso pecado.
Auto-engano: o auto-engano é o problema que está por trás quando negamos nosso pecado. É enganar-se a si mesmo antes de enganar os outros.
Insensibilidade: o pecado também produz insensibilidade, embora de inicio possa haver escrúpulos quando se comete um erro, a conseqüência final do pecado é que deixamos de ser movidos pela Palavra e pelo Espírito.
Egocentrismo: um crescente egocentrismo também resulta do pecado, chamamos a atenção para nós mesmos e para nossas boas qualidades e realizações, e minimizamos nossas falhas.
Inquietação: o pecado muitas vezes produz inquietação, há um certo caráter de insaciabilidade no pecado. A satisfação completa nunca ocorre.
Efeitos sobre relacionamento com outras pessoas
Competição: O pecado também tem efeitos poderosos sobre os relacionamentos entre os homens. Um dos mais significativos é a proliferação da competição. Uma vez que o pecado torna a pessoa cada vez mais egocêntrica e egoísta, é inevitável que haja conflito com os outros.
Incapacidade de ser empático com outros é uma grande conseqüência do pecado. Estando preocupados com nossos desejos, reputação e opinião pessoais vemos apenas pelo nosso ângulo.
Rejeição da autoridade é com freqüência, uma ramificação social do pecado, uma autoridade externa é ameaçadora, ela restringe nossa liberdade de fazer o que queremos.
Incapacidade de amar: uma vez que os outros se colocam em nosso caminho, representando competição e ameaça para nós, não conseguimos agir realmente para o bem-estar pleno dos outros, caso nosso objetivo seja satisfação própria.
O pecado é uma questão seria; seus efeitos se alastram e exigi uma cura com efeitos igualmente abrangentes.

A magnitude do Pecado
A extensão do Pecado: o pecado é universal. Ele não se limita a poucos indivíduos isolados ou mesmo à maioria da raça humana. Todos os homens, sem exceção, são pecadores.
A universalidade do pecado é ensina de varias maneiras em vários trechos das Escrituras. No A.T., não é comum encontrarmos declarações genéricas sobre todas as pessoas de todos os tempos,mas, sim, sobre as pessoas que viviam na época descrita. Deve-se considerar que essas declarações da pecaminosidade universal da raça humana são aplicáveis a todas as referencias bíblicas a pessoas perfeitas ou inculpáveis. Mesmo os especificamente descritos como perfeitos têm falhas.
O N.T. é até mais claro quanto a universalidade do pecado humano. Não apenas a Bíblia afirma com freqüência que todos são pecadores, como também o pressupõe em toda parte. A exigência do arrependimento abrange todas as pessoas. No N.T , cada pessoa pelo fato de ser humana, é considerada pecadora, precisando arrepender-se e nascer de novo.
A intensidade do pecado: no A.T. o pecado é retratado como uma doença espiritual que aflige o coração. Não somente praticamos o mal, nossa própria inclinação é má. No N.T. o pecado é muito mais um problema de pensamentos e intenções, é a corrupção da natureza humana que produz os pecados. Em todo ser humano existe uma forte inclinação para o mal, um inclinação com efeitos definidos.
O pecado e a depravação total: a depravação total implica que mesmo o altruísmo da pessoa não regenerada sempre contém um elemento de motivação imprópria. Os bons atos não são feitos inteiramente ou mesmo basicamente em razão de um perfeito amor por Deus. Indivíduos não regenerados são incapazes de obras genuinamente boas, que tragam redenção; o que quer que façam é morto ou ineficaz no relacionamento com Deus.

Teorias sobre o pecado original
Todos nós aparentemente sem exceção, somos pecadores. Com isso queremos dizer não apenas que todos pecamos, mas que todos possuem a mesma natureza depravada ou corrupta que nos inclina de tal modo para o pecado que ele se torna virtualmente inescapável.
Na concepção de Pelágio, um monge britânico, Deus não atribui nem a natureza corrompida nem a culpa à humanidade. Na concepção de Jacó Arminio, um pastor teólogo reformado holandês, Deus atribui uma natureza corrompida mas não a culpa. Na Concepção de Calvino, Deus atribui a nós tanto a natureza corrompida como a culpa.
No modelo bíblico, o apostolo Paulo deixa bem claro em seus ensinamentos, que nós nos tornamos responsáveis e culpados pelo pecado de Adão quando aceitamos ou aprovamos nossa natureza corrompida.
O entendimento do autor é que todos estivemos envolvidos no pecado de Adão e, portanto, recebemos tanto a natureza corrompida que lê passou a possuir após a queda como a culpa e a condenação relativas ao seu pecado. Mas na questão do pecado, assim como na imputação da justiça de Cristo, deve haver algum tipo de decisão consciente e voluntária de nossa parte. Até então só há uma imputação condicional da culpa. Assim, não há condenação até que se atinga a idade da responsabilidade.

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